Os melhores professores de idiomas não são os nativos.
Para o linguista David Graddol, o ideal é que o docente fale a mesma
língua do aluno.
Especialista diz que o ensino do idioma no Brasil tem
décadas de atraso.
Ao contrário do senso comum, o melhor professor de idiomas
não é o nativo, mas aquele que fala também a mesma língua do aluno. A vantagem
desse profissional está na capacidade de interpretar significados no idioma do
próprio estudante. Com a hegemonia ameaçada no caso do inglês, professores
americanos e britânicos devem reavaliar a maneira como ensinam o idioma.
As conclusões fazem parte de duas pesquisas desenvolvidas
pelo lingüista britânico David Graddol, 56 anos, a pedido do British Council,
órgão do governo do Reino Unido voltado para questões educacionais.
No Brasil para participar de seminários sobre língua
estrangeira, ele avalia que o ensino do inglês nas escolas brasileiras está
muitas décadas atrasado em relação a outras nações e sugere que o país
aproveite os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo para tentar correr atrás do
prejuízo.
Durante 25 anos, Graddol foi professor da renomada UK Open
University e atualmente é diretor da The English Company e editor da Equinox
Publishing. Ele prepara um terceiro estudo, este focado mais na Índia, que será
publicado até o final do ano.
Em muitos países, há
reminiscências românticas acerca do ensino de inglês. Muitas pessoas ainda
pensam que os melhores professores são os nativos. Elas pagam inclusive a mais
por isso. No entanto, minha opinião é que estão erradas. O que deve ser mudada
é a maneira como o inglês é ensinado.
A internet é outro bolo que tem crescido cada vez mais
rápido. E nela são usadas mais línguas do que antes. É um lugar que acolhe línguas
menores. Meu nome é galês e, se fizer uma pesquisa no Google sobre mim na
internet, aparecerão diversas páginas escritas em galês. Isso é surpreendente
porque, de repente, percebemos que há um universo paralelo na internet. E o
mesmo acontece com o catalão. E muitas vezes não tomamos conhecimento disso
porque uma página num idioma não tem link para páginas em outro idioma. A
internet tem uma diversidade de línguas, mas o inglês acaba então sendo mais
comum nos fóruns on-line de discussão e em relatórios técnicos.
Leia, no link abaixo, os principais trechos da entrevista
concedida ao G1.
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